Confiança gera autenticidade. Um olhar sobre as tendências na gestão de Pessoas em 2024

12-01-2024

Todas as transformações sociais a que temos assistido nos últimos anos têm contribuído para a mudança das prioridades das pessoas, impulsionando as organizações a desenvolverem reajustes na sua cultura, nos modelos de trabalho, nos seus processos e até na gestão “core” dos seus negócios.

Por Isabel Borges, Country manager da Multitempo by Job&Talent

 

No entanto, ao nível da gestão de Recursos Humanos, duas das maiores “dores de cabeça” dos gestores são a retenção e o recrutamento.

Portugal é, atualmente, o quarto país do mundo com maior escassez de talento. A luta para cativá-lo é urgente e para serem atrativas e de “confiança”, cabe às organizações a construção de várias estratégias:

  1. Implementar uma cultura de respeito e com flexibilidade profissional/pessoal;
  2. Demonstrar preocupação com o bem-estar e com a saúde mental dos colaboradores, identificando sinais de alerta e adotando medidas preventivas;
  3. Investir em tecnologia para melhorar os processos e manter o negócio estar alinhado com a velocidade “do mundo e do setor”, coexistindo com um plano de desenvolvimento interno que permita aos seus colaboradores a execução de tarefas que aportem maior valor acrescentado à organização;
  4. Apostar na adequada formação das equipas ao nível das competências necessárias para usarem todo o potencial da tecnologia, garantindo os resultados da organização e a evolução na carreira por parte dos colaboradores;
  5. Garantir equidade e alinhamento quanto às condições salariais e restantes benefícios;
  6. Construir e gerir uma marca e respetiva proposta de valor com propósito, mas que seja um espelho do “coração” da organização.

 

As novas gerações, que assumem um papel preponderante nas mudanças organizacionais, demonstram ser mais desafiantes de cativar, ambicionam ter oportunidades e desafios globais, mas também maior flexibilidade e poder de decisão na forma como e onde realizam o seu trabalho. Trata-se de uma geração que exige organizações conscientes, que vê a diversidade, inclusão e sustentabilidade como temas incontornáveis na vida de uma organização, a par da saúde financeira e da atratividade salarial e pacote de benefícios. São fatores que contribuem para o sentimento de pertença e identificação com os valores da organização.

Estes desafios organizacionais estão também relacionados com o desenvolvimento tecnológico e, em particular, com a Inteligência Artificial (IA), que têm vindo, nos últimos anos, a exercer uma profunda transformação digital, rompendo com a realidade como a conhecíamos.

Face a este contexto de mudança transformacional nas organizações, um dos principais “segredos” está em aliar a inovação e a tecnologia às pessoas. A cultura deve-se centrar no bem-estar, na comunicação, na motivação e na flexibilidade, permitindo que as pessoas confiem na organização e na sua gestão. Como se consegue ser, de facto, autêntico se não for este o caminho?

A IA deve ser vista como um vasto mundo de possibilidades, sendo importante perceber como a podemos usar para sermos mais produtivos. As organizações têm, inclusive, o papel de mostrar que a evolução digital é uma oportunidade e não uma ameaça, sem nunca esquecer que o segredo para o progresso passará sempre pela humanização das relações, sendo para isso essencial a aposta nos processos e meios de comunicação interna.

Destacar ainda que, mesmo numa era exponencialmente digital, continua a evidenciar-se a procura por competências “mais humanas” como resiliência, adaptabilidade e trabalho em equipa.

Todos estes desafios requerem uma coordenação estratégica conjunta entre a gestão de topo e os departamentos de Recursos Humanos, sendo que na operacionalização, as chefias intermédias – a quem por vezes não é dado o devido “valor” – têm um papel central na “materialização” da estratégia.

Acredito ainda que só é possível ter organizações mais humanas, se igualmente existirem líderes mais empáticos, que se preocupam intrinsecamente com os seus colaboradores e comunicam de modo transparente com as equipas.

Muito em particular, desde 2020 assistimos à abertura para uma nova realidade organizacional. Encarando a mudança como o “estado” normal das sociedades e das organizações, em 2024 é inevitável uma certa “fusão” entre a tecnologia e a humanização. As organizações que a conseguirem gerir com “conta, peso e medida”, estarão mais bem preparadas para o futuro, que é já hoje.

 

 

*Texto escrito ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 em vigor desde 2009.

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